Administração de produção
e recursos materiais
A maior aposta da
Ford: Uma fábrica nova e carros novos são as armas da montadora para crescer no
Brasil
A aposta da Ford para
continuar brigando por fatias maiores do mercado brasileiro é um modelo
totalmente modificado do conhecido Fiesta. O novo carro, um popular que teve o
nome código de Amazon, nasce junto com a moderna fábrica da montadora na Bahia.
Para os 2.300 funcionários que trabalham na nova unidade de
Camaçari, município da
Grande Salvador, é uma aposta de progresso para a região. Para a Ford, a
segunda maior fabricante de automóveis do mundo, é uma aposta no crescimento da
filial brasileira. A companhia tem participação de 7% no mercado nacional. Com
a nova família de produtos que sairá da planta nordestina, ela pretende dobrar
sua fatia no bolo até 2004. "A Ford pode ser ainda muito mais forte no
Brasil, por isso decidimos investir tanto", diz Antonio Maciel Neto,
presidente da empresa no país. Há três anos, ele recebeu a incumbência de
conquistar o consumidor brasileiro e não escondem que esse é o maior desafio de
seus 44 anos de vida.
A Ford não foi a única a se
propor tal desafio. Toda a indústria automobilística vive a mesma inquietação.
Hoje, para manter ou aumentar a venda de veículos, uma montadora tem de colocar
nas revendedoras o que o consumidor quer: um carro bonito, confortável,
durável, prático, ágil e, principalmente, barato. Isso não é mais segredo para
ninguém e vale para modelos de todos os patamares de preço. A competição tem
como objetivo fazer mais com menos. Ela concentra-se no mercado dos populares,
os carros de motor 1.0. Esses modelos são hoje os propulsores da indústria
automotiva brasileira. De cada dez veículos vendidos no Brasil, sete são 1.0.
Não é por outra razão que a
Ford investiu 1,2 bilhão de dólares na construção do complexo de Camaçari para fabricar
um carro com esse perfil. Com o tempo, outros modelos se seguirão.
Depois de desfeita a união
com a Volkswagen, em 1994, batizada de Autolatina, a Ford não conseguiu voltar
a seu patamar de vendas anterior. Nos anos 80 tinha quase um quarto do mercado
brasileiro. Com o fim do casamento com a montadora alemã, tinha 11% da
preferência do consumidor. Durante a parceria, a Ford ignorou uma tendência que
se tornaria mania nacional: os carros populares. Enquanto a montadora americana
investia em modelos mais caros, a alemã lançava o Gol 1000, um dos maiores
sucessos da indústria brasileira.
Em 1995, a Ford lançou o
Fiesta 1.0. Dois anos depois veio o Ka. Os dois juntos têm hoje 5% do mercado
de populares.
Uma reação forte não podia
mais ser adiada. O investimento pesado em Camaçari tornou-se imprescindível
para atingir o objetivo de crescimento a que a Ford se propôs. Todo mundo está
correndo atrás do mesmo filão. Prova disso é que, entre 1996 e 2001, a
indústria automobilística investiu 20 bilhões de dólares no Brasil. Nos últimos
anos várias montadoras desembarcaram no país e entenderam as limitações de
renda da população.
A produtividade deu um salto
nos últimos vinte anos. A robotização da indústria já chega a 50% nas fábricas mais
modernas do país. Um operário produz hoje mais de 100 automóveis por ano,
contra uma média de quinze na década de 80. A logística evoluiu a tal ponto que
as indústrias de autopeças, que antes ficavam concentradas em poucos Estados,
hoje viajam com as montadoras para onde elas fixam endereço. Na fábrica de
Camaçari, por exemplo, 33 fornecedores acompanharam a Ford no projeto. Juntos,
reduziram o tempo de produção de um carro de uma semana para um dia. Os
consumidores também ganharam com o aumento de produtividade. Além do preço mais
baixo, a qualidade e a durabilidade do veículo cresceram muito. “Nos anos 80 um
carro era projetado para durar até três anos sem dar problemas maiores ao
motorista”. “Hoje, o prazo de validade subiu para dez anos”, diz Luc de Ferran,
o vice-presidente da Ford no Brasil. O consultor de indústria automobilístico.
Edgard Viana, da A.T.
Kearney, aponta outros avanços excepcionais obtidos entre o fim da década de 70
e hoje.
Segundo ele, as pastilhas de
freio, que precisavam ser trocadas a cada 10.000 quilômetros, atualmente duram quatro
vezes mais. Um jogo de pneus, que aguentava 20.000 quilômetros, agora roda mais
que o dobro dessa distância.
Os metalúrgicos também
viveram mudanças radicais nesse período. A qualificação exigida para um
candidato
que quisesse ingressar em uma
montadora aumentou. Antes bastava ter o 1º grau. Agora o piso acadêmico é o
2º grau completo. Os
benefícios também cresceram a ponto de os metalúrgicos ficarem com parte do
lucro. O número de acidentes de trabalho caiu 95% em vinte anos. A mão de obra
feminina, que era nula há duas décadas, já representa quase 20% da força de
trabalho nas montadoras. No caso da Ford da Bahia, elas são 40% do contingente.
Os avanços obviamente custaram vários postos de trabalho. Muitas funções
simplesmente desapareceram nas fábricas. O nível de emprego, porém, perdeu
menos do que se costuma acreditar. "Feitas as contas, a indústria
automotiva como um todo não registrou grande alteração do número de
funcionários", diz
Viana. Até as históricas
greves dos metalúrgicos cederam lugar a acordos mais flexíveis, como a redução
da jornada de trabalho, que vem impedindo demissões nos últimos anos.
O sistema de fabricação
evoluiu de forma acelerada. Na fábrica da Ford em Camaçari todo o ciclo
produtivo duro apenas um dia. A capacidade total é de 250.000 carros por ano, o
que permite que a cada oitenta segundos um veículo entre no pátio da montadora
para ser transportado para o ponto de venda. O trabalho é sincronizado.
Cada segundo conta. Quando
um carro entra na linha de montagem, ainda em forma de esqueleto, os fornecedores
são acionados e o pedido de peças aparece na tela do computador, especificando
o volume e a hora de entrega. A divisão interna da montadora em Camaçari é comparável
ao traçado de uma pequena cidade, onde a Ford seria a avenida principal e os
fornecedores, as ruas transversais. À medida que o automóvel entra na linha de
montagem as fornecedoras de autopeças vão simultaneamente recheando a máquina
com seus equipamentos e acabamentos. Todos os funcionários dos 33 fornecedores
estão lado a lado e usam o mesmo uniforme: calça azul-marinho e camisa cáqui,
que traz o emblema da bandeira do Brasil de um lado da manga e do outro o da
Ford ou da empresa em que trabalham. É a identificação de cada um dos 1.300
operadores. A vestimenta é adotada por gente de todos os níveis hierárquicos,
do chefão, o engenheiro Luc de Ferran, aos funcionários que cuidam da limpeza
da fábrica. A integração vai, além disso. As companhias do complexo têm administração
única. Divide o transporte, o centro médico e têm o mesmo piso salarial. O
custo de segurança é rateado entre a Ford e os fornecedores. O resultado disso
é uma economia para a montadora de pelo menos
50% dos custos de
administração dos serviços.
Outro ponto da fábrica que é
marca registrada da modernidade é a preocupação ecológica. O sistema de tratamento
de esgoto é feito por um método que utiliza a filtragem mecânica e biológica de
água no solo e em tanques com o plantio de arroz. No fim do processo, a água
sai purificada, podendo ser reutilizada na irrigação de jardins. A implantação
dessa técnica custou 200.000 reais. O tratamento tradicional não sairia por
menos de 3 milhões de reais. O sistema é simples, mas resolve o problema dos
resíduos produzidos por um complexo de quase 5 milhões de metros quadrados de
área, equivalente a cinco autódromos do tamanho do de Interlagos.
Andando pelo terreno, é
possível ver também as primeiras mudas de um projeto de reflorestamento com o plantio
de espécies nativas da Mata Atlântica.
Assim como a Fiat em Betim,
em Minas Gerais, e a GM em Gravataí, no Rio Grande do Sul, com a chegada da Ford,
Camaçari vive a expectativa de novos e melhores tempos. Toda a mão de obra da
fábrica vem do município e da vizinha cidade de Dias d'Ávila. Os operários são
treinados pelo SENAI durante três ou quatro meses. A parte prática do
treinamento é feita dentro da fábrica. O comércio em Camaçari, cidade com
180.000 habitantes, cresceu 25% no último ano. O primeiro hotel já abriu suas
portas nas proximidades da fábrica. Lojas especializadas em equipamentos de
segurança, ferramentas e outros produtos consumidos na fabricação do Fiesta
estão chegando. A oferta de emprego nunca foi tão alta para uma população que
não tinha mais onde procurar ocupação, desde que o famoso Polo Petroquímico
esgotou sua capacidade de absorção de mão de obra.
Novos cursos foram
inaugurados nas faculdades de Camaçari e na universidade da capital do Estado.
"A esperança dos moradores daqui é a Ford", diz a coordenadora do
curso do SENAI, Maria Verônica da Rocha Bamberg. Quem já conseguiu realizar seu
sonho está cheio de planos. Feliz com seu primeiro emprego com carteira
assinada, Gisele Teles dos Santos Byrne, de apenas 19 anos, sonha alto.
"Estou fazendo cursinho para entrar na faculdade de marketing e trabalhar
no escritório da fábrica", diz ela, que atua na área de pintura do complexo.
Gisele e seus colegas da
Ford, mesmo sem saber, dão forma a uma vocação da América Latina, um dos quatro
polos automotivos mundiais. Os Estados Unidos ficaram com o mercado dos carros
de maior porte. A Europa atende ao segmento dos veículos requintados e de alto
desempenho esportivo. A Ásia é grande exportadora e satisfaz a demanda mundial
conforme o gosto do cliente. "Sobrou para a América Latina produzir carros
populares que podem ser exportados para os países emergentes", diz Luc de
Ferran. A perspectiva daqui para frente é atender a mercados com
características semelhantes às do brasileiro, como Índia, Rússia e China. Pode ser
a única, mas é, sem dúvida, uma boa saída.
·
Conforme o texto acima, quais são os desafios enfrentados
pelas montadoras em nossos dias?
Hoje em dia, o maior desafio enfrentado por
todas as montadoras mundiais são atender as demandas do consumidor e do
mercado. O consumidor por sua vez da preferência para carros confortáveis,
ágeis, pratico, seguros, durabilidade considerável e designers cada vez, mas
inovadores.
Já o mercado está cada vez
mais exigente e o grande desafio é fazer mais com menos, tendo referencias
ecológicas e se possível implantar um sistema de logística reversa.
·
Quais modelos de veículos são considerados os propulsores
da indústria automobilística atualmente? E a que proporção são vendidos esses
veículos se comparados aos demais?
Os carros de modelo 1.0, flex. A cada 10
veículos vendidos no Brasil, sete são 1.0 como, por exemplo:
Classificação
|
Marca
|
Modelo
|
Ano
|
Quantidade
|
Um
|
Volkswagen
|
Gol
|
2011
|
293.472
|
Dois
|
Fiat
|
Uno
|
2011
|
273.472
|
Três
|
GM
|
Celta
|
2011
|
149.083
|
Quatro
|
GM
|
Corsa
sedan
|
2011
|
125.784
|
Cinco
|
Volkswagen
|
Fox
/ Cros Fox
|
2011
|
121.594
|
Seis
|
Fiat
|
Strada
|
2011
|
118.598
|
Sete
|
Fiat
|
Palio
|
2011
|
105.799
|
Oito
|
Ford
|
Fiesta
Hatch
|
2011
|
93.828
|
Nove
|
Fiat
|
Siena
|
2011
|
90.019
|
Dez
|
Volkswagen
|
Voyage
|
2011
|
87.219
|
·
3. Cite os vários fatores que contribuíram para o grande
aumento da produtividade nos últimos 20 anos.
Um
dos principais fatores que levaram a acontecer à produtividade são as
limitações de renda da população levaram as
montadoras a reduzir os custos e consequentemente reduzir os preços para o
mercado consumidor, robotização que elevou a produtividade e aperfeiçoando a
qualidade dos veiculo, a estabilidade da inflação que entre os anos 80 ate os
anos 90 não era estável e porem variavam muito, o desenvolvimento da população
brasileira que se aliou com o crescimento da economia e a concorrência das
montadoras que impulsionou o desenvolvimento dos carros.
·
Enumere os ganhos que teve o consumidor com o aumento da
produtividade.
1º
Carros confortáveis, econômicos, preços acessíveis e novos designers;
2º
Durabilidade extensa, segurança e garantia por quilometragem rodada;
3º
Facilidade com creditos de bancos aliado com promoções das montadoras que
tornou a compra de um carro zero mais acessível a pessoas de classe C e D;
4º
Redução frequente do IPI com prazos limitados;
5° E a atenção com as necessidades do consumidos, atendendo todas
as necessidades.
·
E para os metalúrgicos? Quais foram os benefícios
conquistados?
Um dos benefícios foi à qualificação
profissional melhorou muito por conta de exigências do próprio mercado interno
e das montadoras e também abrindo portas para a entrada de mulheres qualificada
no setor operacional, abrindo mão do preconceito. A construção de novas escolas
técnicas, a participação nos lucros ao fim de cada exercício, a segurança que
diminuiu em 95% os acidentes de trabalho e a satisfação de cada funcionário que
pode acreditar que pode subir de cargo constantemente a cada especialização.
·
Tendo em mente o conceito do just-in-time, quais são os
parâmetros utilizados pela Ford em sua linha de produção?
Sabendo que o conceito
Just-in-time nada mais é que produção sem estoque, os parâmetros usados pela
Ford são:
- A parceira com
fornecedores que exige a qualidade extrema e o compromisso para que nunca a
produção para pro culpa dos fornecedores;
- Redução no tempo de montagem dos seus
veículos de uma semana para um dia, em uma linha moderna;
- A eficiência no
abastecimento, de acordo com o cronograma;
- A robotização da produção;
- Padronização de processos e integração de
toda a fábrica;
Conceito
Ao decorrer de toda essa
situação é perceptível dizer que não só as montadoras tem o desafio de
satisfazer seus clientes, mas também todo mercado cosumista mundial. Sabendo
que a concorrência existe em todos os lugares a Ford tem uma missão muito
complicada que é satisfazer o consumidor superando seus concorrentes.
Hoje em dia, o consumista é
muito exigente e isso vem se acumulando ao decorrer dos anos com a concorrência
no setor que brigam uns com os outros pela fidelização de clientes. Muitas
dessas exigências dos consumidores pode-se dizer até um egoísmo das classes A e
B o que é ate compreensível pelo fato do governo mundial, ao decorrer do
desenvolvimento e da globalização que vem impondo um sistema capitalista que a
cada ano que passa se torna mais forte e imbatível.
Contudo, hoje em dia o
grande desafio é o de suprir as necessidades do consumidor e do mercado. O
consumidor sempre irá optar por luxo, conforto, praticidade, e o preço
acessível; já o desafio do mercado é ser uma empresa ecologicamente correta,
inovar sempre e se superar ate mesmo com projetos de logística inversa, em
outras palavras, fazer sempre mais, com menos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário