Eric Hobsbawm, o maior historiador de esquerda do século XX, morreu nesta segunda-feira em Londres, aos 95 anos, após um longo período doente. |
Entre suas obras de destaque, que influenciaram gerações de historiadores, está Era dos Extremos: o Breve Século XX: 1914 - 1991. No livro, ele afirma que o século XX começou em 1914, com a I Guerra Mundial, e terminou em 1991, com o fim da União Soviética. A publicação faz parte da quadrilogia que aborda a história europeia entre 1789 e 1991 e da qual fazem parte os livros A Era das Revoluções (1962), A Era do Capital (1975), A Era dos Impérios (1987) e A Era dos Extremos (1994). Outra obra importante é Globalização, Democracia e Terrorismo. Em 2002, Hobsbawm lançou a biografia Tempos Interessantes: Uma Vida no Século XX.
O historiador entendeu a importância de analisar os fatos políticos ainda muito jovem, aos 13 anos, quando se mudou para Berlim com a irmã para morar com os tios, após a morte dos pais, em Viena. O ano era 1933 e Adolph Hitler havia sido nomeado primeiro-ministro da Alemanha, sinal interpretado pelo tio de Hobsbawm como o primeiro indício da perseguição aos judeus que tomaria forma nos anos seguintes. Por isso, a família tratou logo de transferir-se para Londres, decisão que o historiador apontou posteriormente como a salvação de sua família.
Em Londres, Hobsbawm passou a integrar o Partido Comunista da Grã-Bretanha ao mesmo tempo em que cursava História na Universidade de Cambridge.
Lições - Em uma conferência realizada em agosto de 1995 no Masp, o pensador apresentou as suas três lições aos jovens historiadores que investigam fatos do passado: devem procurar saber algo do acontecido antes de mergulhar nos arquivos; devem saber que a memória dos protagonistas falhará sobre os pontos isolados da História; e devem reconhecer a inutilidade de tentar mudar as ideias e os ideais dos participantes dos acontecimentos.
A última vez que Hobsbawm esteve no Brasil foi em 2003, para participar da Flip, em Paraty
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